Sobre a colonialidade do ser é um texto escrito com o sangue das vítimas da colonialidade, lógos histórico que fora instaurado a partir da colonização iniciada em 1492, com a criação violenta – e não descoberta inocente – do Novo Mundo. Diferentemente de muitas narrativas europeias e eurocêntricas sobre a gênese da modernidade e sobre suas principais características, Maldonado-Torres leva em conta a ideia presente em muitos estudos decoloniais, segundo a qual a modernidade nasce com a colonialidade e, por isso, é preciso falar em modernidade-colonialidade, para deixar claro que a colonialidade não é um efeito colateral da modernidade, algo que poderia ser consertado ou extirpado sem que a essência da modernidade fosse colocada em questão. Antes, a colonialidade é a seiva da modernidade, afirmação que confronta os modos ufanistas de a Europa compreender a modernidade de sua história. Por isso, não é o cogito cartesiano o signo marcante da origem da modernidade, espécie de motor imóvel ou ponto axial a movimentar toda tradição por ele fundada. Conforme mostrou Enrique Dussel, o ego conquiro (o eu conquisto) é a condição de possibilidade do próprio pensamento de Descartes, razão pela qual a modernidade é marcada por relações político-econômico-epistemológicas de dominação e sujeição da não-Europa pela Europa.
Sobre a Colonialidade doSer
Título: Sobre a Colonialidade do Ser
ISBN: 978-65998-1694-9
Lançamento: Outubro de 2022
Edição: 1
Número de Páginas:
Formato: 13x18
Acabamento: Brochura
Peso: 100g
Gênero(s): FilosofiaNelson Maldonado-Torres é professor do Departamento de Estudos Latinos e Caribenhos e do Programa de Literatura Comparada. Seu estudo englobam a teoria comparativa crítica e decolonial, teorias de raça e etnia, feminismo decolonial, fenomenologia e filosofia social e política.