Tomando como fio condutor a noção de organismo tal como surge na obra de Rogers, o livro do Paulo Castelo Branco não se centra obstinadamente apenas nessa categoria, visando tão-somente recortá-la para nela lançar mais luzes em termos de esclarecimento. Muito mais pretensioso, a proposta do livro nos convida a adentrar e percorrer a riqueza das fundações e fundamentos da teoria rogeriana: como o eminente autor estadunidense se apropria de vários saberes científicos e acadêmicos durante o percurso de sua longa trajetória; como constrói sua constelação de conceitos; revisita-os e desenvolve-os, demarcando, assim, uma ampla compreensão da experiência humana. Perante uma riqueza explanatória tão grande do âmbito do pensamento epistemológico da Psicologia rogeriana, o livro do Paulo nos leva a percorrer os “produtos intelectuais” de Rogers, mediante um rigor reflexivo próprio da investigação por ele empreendida; intimando-nos a uma revisitação e debate com o arcabouço teórico “acepista”, compreendendo-o desde dentro para, quem sabe, abrirmos novas e efetivas veredas para essa abordagem humanista.