O livro é composto por três grandes temas: Metafísica, Criação e Educação, todos tendo como princípio um pensamento que procura se constituir a partir do que o autor chama de “experiência do deserto”, a saber, aquela experiência a partir da qual o nosso mundo se revela como ele mesmo é, em que toda pergunta fundamental acerca do próprio sentido da realidade se torna cada vez mais desnecessária, em que correspondemos inadvertidamente à técnica e ao seu sentido, e que, portanto, cada vez menos estamos dispostos a saber o que é propriamente pensar, criar e educar.
 
Não há, portanto, no fundo da escolha dos temas, nenhuma tentativa de somá-los, como se eles fossem separados e distantes entre si. Bem ao contrário, o que existe aí é um sentimento de uma articulação prévia entre eles que atravessa os textos aí propostos e dispostos em três partes, a saber: “Filosofia e Metafísica”, “Filosofia e Criação” e “Filosofia e Educação”.
 
Diante disso, pode-se dizer que essas partes foram assim divididas para dar uma determinada ordem a tendências expressas nos diferentes textos, sem abrir mão de uma unidade previamente estabelecida – a própria reflexão filosófica e sua necessidade de composição a partir mesmo daquilo que envolve o todo e que define o título do livro como Da experiência do deserto.